Aconteceu o previsível. Aconteceu do tudo ficar nada. A memória apagou o tempo que construímos. Não é a traição que dói, dói-me algo muito mais fundo, dói-me a vida e a luta para estar aqui. Dói-me a vontade de desistir. Dói-me teres conseguido destruir o nosso quase nada. Aquele quase nada que velava quase já sem vontade. Dói-me a mentira o desprezo com que se mente. Dói-me, mais que tudo o tempo que levamos para construir um dia assim tão triste. Os caminhos que nos trouxeram a esta desilusão. Não quero ver-te mais: No meu coração vai ficar para sempre este desencanto.