Eu queria sair e conhecer alguém, assim, sem precisar procurar no meio da multidão. Alguém que me levasse ao cinema e depois de um filme sem graça me roubasse gargalhadas. Alguém que segurasse minha mão e tocasse meu coração, que não me prendesse, não me limitasse; não me mudasse. Alguém que me roubasse um beijo no meio de uma briga e me tirasse a razão sem que isso me ameaçasse; que me dissesse que eu canto mal e que eu falo demais e que risse das vezes em que eu fosse desastrado. Alguém que me olhasse nos olhos quando falo, sem me deixar intimidado. Alguém com qualidades e defeitos suportáveis; que não fosse tão bonita e ainda assim eu não conseguisse olhar em outra direção. Alguém que me encontrasse até quando eu tento desesperadamente me esconder do mundo.