Nunca fui nada para você

E então enviei minha última mensagem. Uma última tentativa desesperada de alcançar teu coração. Teu silêncio ecoou em minha alma, uma ausência ensurdecedora de palavras que deveriam ter sido ditas. Esperei, ansiando por um sinal, por um lampejo mínimo de uma luz tua.

Cada segundo que esperei tinha um peso insuportável, uma confirmação dolorosa de que tuas intenções eram diferentes das minhas. Tua falta de resposta tornou-se a cruel sentença que eu relutava em aceitar. A realidade caiu sobre mim como uma chuva fria, encharcando minha alma de tristeza e desilusão. Eu me humilhei na esperança de capturar tua atenção, de ser digno de um vislumbre do teu olhar ou de uma palavra qualquer que fosse.

Mas você não quis, e tua ausência de resposta foi a triste poesia que encerrou nosso capítulo. Eu me curvei diante da tua indiferença, desesperadamente agarrando-me a fragmentos de uma ilusão que desmoronava rapidamente.

Agora, sou deixado com as sombras de palavras não ditas, com o eco de um desejo que se perdeu nas entrelinhas do silêncio. Tento desesperadamente entender como algo que parecia tão promissor se dissolveu em nada.

Minhas lágrimas traçam caminhos solitários em meu rosto, e preciso aceitar essa triste verdade: nunca fui nada para você. E agora meu coração se torna um relicário de lembranças que nunca foram vividas e de sonhos que se dissiparam como fumaça. E agora resigno-me ao triste fato de que, às vezes, a ausência de palavras fala mais alto do que qualquer declaração de amor.

— Antônio Reis