Ninguém sabe
Ninguém sabe como é viver mentindo. Acordar a cada dia sem saber se conseguirá fazer diferente. Passar por cima das tempestades e deixá-las continuarem por baixo dos pés.
Ninguém sabe como é viver na amargura, e fingir para todos que está tudo bem. Sorrir como se algo bom tivesse acontecido, quando na verdade, seu coração sangra por dentro.
Ninguém sabe como é se reprimir, fingir ser o que não é apenas para agradar a maioria. Lutar contra uma parede de metal, que se amassa, mas nunca desaba.
Ninguém sabe como é errar e não haver perdão. Correr atrás a milhas de distância. Chorar durante noites sem fim. Acordar e desejar que o pôr do sol desse dia que nasce fosse o último.
— Antônio Reis