A morte levou meu amor
Era um domingo à tarde, e eu estava sentado no jardim pensando na vida. Em certo momento me chamaram e eu fui ver o que queriam. Com olhos vermelhos uma amiga me deu a terrível notícia: meu amor havia partido. Mas não partido daqui para outra cidade, nem para outro país; ele havia partido daqui para nunca mais voltar.
Naquele momento, fiquei sem saber o que dizer, como reagir; meu amor não estava mais aqui. Todos os nossos momentos juntos passaram por minha cabeça. Tudo, todo o amor que eu havia recebido dele, todas as nossas lembranças, todas as coisas agora eram apenas e nada mais que lembranças.
Ele havia ido de mim assim como o sol se foi naquele momento. Eu não sei se ele sentiu a minha falta, se na última hora ele pensou em mim. E se ele me perdoou por eu ter estado tão longe dele no seu último momento.
Ele se foi de mim como a luz da lua que se apaga no horizonte. Não me lembro mais seu rosto nem sua voz. O calor do seu abraço já se esfriou. E hoje não há nada mais que possa me esquentar e me acalmar como apenas ele conseguia fazer.
De tantas coisas que tínhamos, hoje já não resta mais nada. Com sua partida ele levou tudo o que eu era. Não foi apenas ele que morreu naquele dia, eu também morri junto com ele. O garoto que todos conheciam, hoje é apenas um corpo vazio e sem alma.
E o pior de tudo, é que eu não sei se ele me perdoou por todas as lágrimas que eu fiz ele derramar, por todas as angústias e ciúmes que lhe causei. E por tê-lo abandonado quando ele mais precisava de mim. Só espero que onde quer que ele esteja, ele possa me perdoar.
— Antônio Reis